Estudos sobre as disputas pelos sentidos da história da Ação Popular (AP)
A obra Histórias da AP reúne seis estudos relacionados à maneira como a elaboração do sentido da história da organização política Ação Popular (AP), uma das mais representativas da esquerda brasileira das décadas de 1960 e 1970, foi disputada por seus dirigentes nas lutas internas do período em que mantiveram vínculo orgânico ou em época posterior, quando tal ligação já havia sido desfeita.
Fundada em 1963, a AP sistematizou, inicialmente, um projeto político heterodoxo e aberto a várias influências, como o cristianismo, o marxismo de viés humanista e o existencialismo. Seu objetivo era elaborar ideologia e caminhos próprios para a construção de um projeto socialista humanista.
Após o golpe de Estado de 1964, a AP reelaborou seus objetivos políticos e sua identidade com vistas a transformar-se em uma organização marxista-leninista. Viveu, então, acentuados processos de luta interna, nos quais a visão do futuro revolucionário articulava-se com o redimensionamento do sentido de seu passado.
Cada capítulo permite examinar hipóteses alternativas de narração da mesma história, mas os estudos convidam a um olhar holístico sobre o processo. O livro descortina as tensas conexões estabelecidas entre o presente e o passado na reformulação das identidades e dos objetivos e os combates pela memória como forma de narrar e viver uma história inserida em uma perspectiva revolucionária.
Sobre o autor: Reginaldo Benedito Dias é professor de História na Universidade Estadual de Maringá. É mestre e doutor em História Política pela Universidade Estadual Paulista.
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